sexta-feira, agosto 14, 2009

Alarme de um amigo: O Acórdão do Conselho Constitucional (Acórdão 08/CC/09 de 14 de Agosto)

Saiu como uma bomba a notícia de que haviam sido apurados três candidatos para as presidenciais de Outubro próximo. Não levou muito quando encontrei o meu amigo Humberto e começamos a comentar sobre ao assunto.

O meu amigo aparentava estar tão estupefacto com a notícia e desatou a comentar:
“ Sabes eu já sabia que isso seria assim. Alguns cidadãos foram depositar as suas candidaturas, mesmo sabendo que não tem potencialidade nenhuma para chegarem à Ponta Vermelha. Tudo o que queriam era beneficiarem-se dos fundos de apoio aos candidatos e depois injectarem no seus negócios. E também eram muitos pá. Ouviste que o Dhlakama passou pela tangente? Por pouco ia para o chão. Até penso de que o Conselho Constitucional passou por cima para evitar guerra e alaridos. Esse homem iria mobilizar mais uma caravana de assassínios contra Daviz sabe? Já que ele pensa de que Daviz é o promotor de todo o mal que se passa no seu partido.”

Quis interropmper o meu amigo Humberto para esclarecer-me de algo. Mas o meu amigo nem um segundo me deu e continuou:

“ Mano, espera que vais ter o teu tempo de comentar. Eu só queria te alertar para não ficares enganado com esses Juizes do Conselho Constitucional. Ouviste o que disse Raúl Domingos? Esse acórdão do C.C é politico. Porque veja-la: Se eles não apurassem o Daviz, bem sabem que iriam ferir a juventude em todo o país. Os jovens gostam muito de Daviz. Ele é o messias para resgatar a nossa identidade e a convicção de ser moçambicano. Com ele, nós podemos. Sim podemos (Yes, we can). Sabes, não havia como não apurar Daviz. Mesmo o juizes do C.C gostam dele, mas não podem manifestar isso perante o chefe que os indicou para a posição. Só que esses pecaram um pouco. Deviam ter deixado o mano Dhlaka cair de vez. Ai sim. Haveria fogo cruzado de verdade em Outubro. Mas tudo isso indica que Daviz será o próximo líder da oposição em Moçambique e em 2014 será o primeiro Presidente não Nachingueyano de Moçambique”

Porque o comentário do meu amigo Humberto parecia não ter fim, comecei a dar sinal de pouco interesse no assunto. Mas logo que ele deu-se conta disso, deixou o “pódio”.
Contudo fiquei numa confusão com os comentários do meu amigo e quis que ele sustentasse as suas afirmações, sob o risco de não serem diferente do pensamento popular. Mas depois pensei: “ Um simples comentário”. Não adiciona nem tira nada.
Mas não deveria deixar o “pódio” sem alguma palavra ao meu amigo Humberto:

“ Sabes Humberto, podes ter razão no que dizes. Mas a verdade é que o Conselho Constitucional é o órgão de soberania mais respeitado de Moçambique, pela forma séria como trata os assuntos a ele submetidos. Esse acórdão pode não fugir da regra. Parece-me um acórdão sério. Um acórdão que educa as pessoas a pensarem seriamente o que representa ser candidato à presidência república. Contudo, tecerei mais comentários nos próximos dias se tiver acesso ao acórdão e analisar bem os factos e documentos relevantes”

Foi um encontro casual com o meu amigo Humberto, mas foi interessante. Logo de seguida cada um foi seguindo o seu percurso. Trinta segundos depois ouvi de novo o meu amigo: “ Bom fim de semana mano, voltamos a falar na segunda feira.”



P.S: Porque os comentários do meu amigo Humberto deixaram-me sem sossego, procurei pelo acordao acórdão no site do C.C e ei-lo aqui.

3 comentários:

Reflectindo disse...

Sem dúvidas houve candidatos longe da seriedade para se candidatar à Presidência da República. Ficámos sem saber como é que eles haviam recolhido as assinaturas dos proponentes. Se queriam dinheiros para investimento em negócios privados, foi uma tentativa falhada. Porém, duvido fortemente sobre a reprovacão de Raúl Domingos.

Abraco

Matsinhe disse...

Duvida porquê? Acha que o RD foi tratado diferentemente dos outros? Que o CC foi sério com os demais e político com o RD? Com que base?

As decisões do CC são essencialmente jurídicas e têm por base a Lei e a CRM. Não podemos andar a brincar as politiquices.

Reflectindo disse...

Caro Matsinhe,

Faz perguntas e conclue pessoalmente?

"As decisões do CC são essencialmente jurídicas e têm por base a Lei e a CRM. Não podemos andar a brincar as politiquices." Tua afirmacão Matsinhe.

Tens plena certeza do que dizes? Achas que o assunto fica assim encerrado e não merece questionamentos nem inquietacões? Queres dizer que não tenho direito à dúvida? Queres me dizer que há sistema sem aparelho judicial? Achas decidir com base na "Lei e CRM" é suficiente para clamar a JUSTICA?
Finalmente quem brinca a politiqueces?